
A capacidade de um edifício em contrariar as flutuações de temperatura em seu interior, ou seja, diminuir a transferência ou transmissão de calor, é conhecida como inércia térmica. Isso ocorre devido à sua habilidade de armazenar calor nos componentes da construção. A inércia térmica de um edifício é determinada pela velocidade de absorção e pela quantidade de calor absorvido.
A inércia térmica afeta a performance do prédio tanto no inverno, ao determinar a habilidade de aproveitar os benefícios solares, quanto no verão, ao afetar a habilidade de absorver os picos de temperatura.
O regulamento estabeleceu três categorias de inércia térmica: forte, média e fraca.
A categoria de inércia térmica é determinada através do cálculo da massa superficial útil por metro quadrado de área de pavimento cuja definição, cálculo e terminologia empregue vêm descritos no n.º 2 do anexo VII do RCCTE.
Secção das paredes
Para saber mais sobre os materiais que constituem as paredes exteriores de um edifício LSF, bem como a comparação com as paredes de alvenaria, consulte o seguinte artigo:
Secção das paredes
A inércia térmica e o LSF
Visto que as paredes exteriores de uma construção de raiz com estrutura LSF são constituídas por elementos de pouca massa, os edifícios assim construídos são usualmente classificados como sendo de inércia fraca. Uma excepção a isso acontece em obras de reabilitação caso se aproveitem as paredes antigas exteriores, alcançando-se a inércia média. Assim, algumas pessoas têm dúvidas quanto ao desempenho térmico, dado que a energia usada no aquecimento da casa dissipa-se mais rapidamente. Assim, esse facto parece contrariar a ideia de que será necessário menos energia para tornar o ambiente confortável.
Retenção de temperatura
Muitíssimo mais importante que a capacidade de retenção de energia, é a capacidade dos elementos de suporte não perderem a energia que gastámos a aquecer o espaço. Essa capacidade é medida pelo coeficiente de condutibilidade térmica.
Aqui o LSF apresenta clara vantagem:
ULSF = 0,201 (LSF com ETICS 6 cm)
UTRAD. = 0,413 (Alvenaria com ETICS 6 cm)
UTRAD. = 0,640 (Alvenaria sem ETICS)
E estamos a comparar com uma solução tradicional boa, o que nem sempre acontece. Na verdade, a diferença quase sempre é muito superior. Segundo os valores apresentados acima, no sistema LSF as perdas nos elementos correntes são reduzidas a metade. Aquela energia que se gastou a aquecer o espaço não é desperdiçada pois a temperatura fica retida por mais tempo.
Para mais considerações sobre este assunto, consulte o seguinte artigo:
Coeficiente de Condutibilidade Térmica
Redução de pontes térmicas
Ao anterior exposto somamos ainda as perdas por pontes térmicas planas, ou seja as heterogeneidades. No LSF a estrutura é a solução corrente, não existem heterogeneidades estruturais. No tradicional sempre que ocorrem vigas e pilares em betão, essas zonas têm de ser contabilizadas à parte, o que normalmente significa ainda maiores perdas do que nas zonas correntes em alvenaria.
Pontes térmicas lineares
A estas perdas somamos ainda as pontes térmicas lineares. Não é preciso conhecer bem o RCCTE para perceber que as soluções tradicionais de parede dupla são muito mais penalizadas que as soluções de isolamento térmico pelo exterior.